No mês de setembro comemoramos o dia do radialista e do rádio, mas muitas vezes esquecemos que este é um dos veículos de comunicação mais importantes do mundo. Mesmo com todos os problemas de verbas, falta de estrutura e uma visão empresarial distorcida, o meio ainda é o melhor canal de acesso a informação e entretenimento para muitas comunidades espalhadas pelo país.
Diante das novas tecnologias o rádio pode ser potencializado e alcançar audiências diferenciadas, que nunca foram trabalhadas.
Num período marcado pela segmentação em nichos, o suporte multiplataforma da Internet possibilita que as emissoras de rádio produzam programas em diversos formatos e até criem novas emissoras para públicos diferentes.
O que trava o desenvolvimento do rádio no Brasil? Talvez a melhor respostas seja o fato das empresas de comunicação brasileiras, especialmente as rádios, não se entenderem como “empresas”, muitos ainda batem no peito e afirmam fazer rádio da mesma forma há 40 anos, como se isso fosse diferencial. Infelizmente temos novos públicos que não conhecem o rádio por ondas. Para os jovens, o rádio pode ser um podcast no celular, uma transmissão de streaming no tablet, ou uma emissora web que toque músicas e tenha entrevistas sobre Pokemons.
Este novo consumidor praticamente não conhece o rádio materializado em um eletrodoméstico, na caixinha sobre o móvel da cozinha, o radinho de pilha que levávamos para os estádios, ou o aparelho em que as senhoras ouviam a “Ave Maria” com um copo de água, todos os dias às 6 da tarde.
Para esta nova audiência, o áudio digital é uma realidade que flui no ambiente da web. Pode ser transportado, copiado, retransmitido ou simplesmente escutado a qualquer hora e lugar.
Não devemos viver das glórias do passado, mas buscar os melhores caminhos para um novo futuro. Para tanto, temos de modernizar as empresas entendendo a programação com um produto único, que precisa de uma comunicação própria, métricas diferenciadas e novos formatos que abusem das plataformas digitais. Este é o futuro da comunicação no país, especialmente do rádio. Como dizia o radialista paulistano Hélio Ribeiro, “o rádio ainda pode ser o veículo que irá mudar o mundo, mudando a você e a mim”. Basta que todos entendam o novo momento histórico que vivemos.